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<DATE>940328</DATE>
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CARLOS EDUARDO ALVES
Da Reportagem Local
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, afirmou ontem que seu partido não aceita o governador mineiro, Hélio Garcia (PTB), como candidato a vice-presidente da República na chapa que seria encabeçada pelo ministro Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e que teria o apoio do PFL.
"O acordo com o PSDB passa obrigatoriamente pela inclusão de um nome nosso como vice", disse Bornhausen. O dirigente pefelista afirmou que não veta Garcia por restrições ao governador, mas sim por entender que a lógica política impõe que a vice seja dada a seu partido.
"Temos nove governadores, mil prefeitos e oito mil vereadores. Não dá para comparar nossa estrutura com a do PTB", acha Bornhausen. Para cacifar-se na discussão com os tucanos, o presidente do PFL citou como possibilidade, caso fracasse o entendimento com o PSDB, o lançamento da candidatura do governador baiano, Antônio Carlos Magalhães, ao Planalto.
Bornhausen não citou nem como alternativa um acordo com o PPR, do prefeito Paulo Maluf. Assim como o PSDB, Maluf não acredita que ACM esteja disposto a trocar uma quase certa eleição como senador pela Bahia por uma difícil candidatura presidencial.
O PFL já comunicou ao presidente do PPR, senador Esperidião Amin (SC), que julga impossível uma coligação entre os dois partidos. Maluf, no entanto, acha que será difícil a FHC conciliar os interesses de PFL, PTB e PP numa composição.
Maluf reuniu-se ontem com Calim Eid, um de seus mais fiéis colaboradores. Eid tentou mais uma vez, aparentemente sem sucesso, convencer o prefeito a recuar da intenção de concorrer ao Palácio do Planalto.
A luta de Maluf agora é conseguir a adesão de pelo menos um partido para aumentar seu tempo na TV durante o horário gratuito e, também, tentar descaracterizar a candidatura como um projeto pessoal. Em outra frente, o prefeito luta contra a opinião de seus amigos e auxiliares, que, de maneira quase unânime, desaconselham a candidatura.
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