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Polícia fluminense não acredita que crime tenha motivação política
NILSON BRANDÃO
Da Sucursal do Rio
A Anistia Internacional pediu ontem informações sobre o assassinato de dois assessores da presidência do PT no Rio de Janeiro, na madrugada da última segunda-feira.
O objetivo do pedido é iniciar uma "mobilização internacional" para esclarecer o caso, informou o CEAP (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas).
A assessoria de imprensa da Secretária de Polícia Civil informou que o secretário Mário Covas não acredita que o crime teve motivação política. A polícia investiga a possibilidade de vingança.
A polícia já descobriu duas testemunhas do crime. Uma, teria visto o crime e outra teria escutado alguém dizer: "Eu não disse que ia te pegar", antes dos disparos. O advogado da Comissão de Direitos Humanos do PT, Abílio Ferreira de Souza, confirmou a informação.
Segundo o advogado, a perícia concluiu que o assessor Reinaldo Guedes Miranda, foi atingido com 8 balas de pistola 9 milímetros e o outro assessor, Hermógenes de Almeida Silva, 39, com 7 balas.
Ferreira de Souza também disse que a polícia suspeita que os tiros tenham sido disparados por apenas uma pessoa. "Como errou apenas um disparo, o criminoso deve ser profissional", disse o advogado.
Cerca de 1.000 pessoas acompanharam ontem, às 13h, o enterro dos dois assessores, no Cemitério do Caju (centro). Estiveram presentes representantes do PT, PSDB, PSB e PDT.
A polícia informou ter encontrado os corpos dos assessores, que também militavam no Movimento Negro Unificado, em um Gol, na zona norte, por volta de 3h.

Colaborou FERNANDO PAULINO NETO, da Sucursal do Rio
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