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FÁBIO SORMANI
É isso mesmo, e não é especulação, não. A possível ida de Michael Jordan para o Boston Celtics vem sendo tratada pelos meios de comunicação dos EUA com seriedade.
Os executivos do Boston procuraram os do Chicago Bulls –com quem Jordan ainda tem contrato por mais três temporadas– para poder negociar com o jogador. Fizeram a seguinte proposta: dariam seus próximos sete primeiros "drafts" para o Chicago só para poderem entrar em contato com Michael.
Não houve resposta ainda sobre o assunto. Perguntado sobre sua possível ida para Massachusetts –onde aliás nasceu o basquete–, Jordan tratou de não fechar as portas. Ao contrário, tem feito elogios à estrutura organizacional do time.
Mas seria possível ver Michael com outra "jersey" que não a do Chicago?
Existe na NBA uma camisa que qualquer jogador de basquete do planeta faria tudo para um dia poder vestir. E esta camisa é a alviverde do Boston.
Os Celtics são a essência da NBA. Com 16 títulos conquistados, eles estão em primeiro lugar no ranking dos grandes campeões da liga. Os maiores jogadores da história do profissionalismo dos EUA já vestiam sua camisa, como Nate Archibald, Bob Cousy, Dave Cowens, Artis Gilmore, John Javlicek, Bailey Howell, Sam Jones, Ed Macauley, Bill Sharman, Jo Jo White, mais recentemente Dennis Johnson e Kevin McHale, além de Bill Russell e Larry Bird.
Num paralelo com o automobilismo, jogar no Boston seria a mesma coisa que guiar uma Ferrari. Todo piloto sonha com isso. Existe a mística, a aura da Ferrari, bem como a do Boston Celtics, no basquete. Eles são a alma de seus respectivos universos.
Mas aí a gente se pergunta: Michael, apesar de ter nascido em Nova York, é cidadão de Chicago, mora com a mulher e os três filhos na "Wind City", tem seus negócios por lá –como um requisitado restaurante, o Michael Jordan's Restaurant. Então, teria ele coragem de um dia enfrentar o Chicago? Como reagiriam seus fãs?
Seria a mesma coisa que ver Pelé com a camisa do Corinthians, Zico com a do Vasco, Falcão com a do Grêmio e Tostão com a do Atlético.
Particularmente, não acredito que Jordan volte a jogar basquete. Muito menos com a camisa do Boston, apesar de tudo.
Só nos resta esperar.
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