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<DATE>941012</DATE>
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Empresas usam máquinas antigas para tarefas como processamento de texto, treinamento e comunicação
MARIA EDICY MOREIRA
Free-lance para a Folha
Quem vê as máquinas 486 e Pentium esbanjando modernidade com seus processadores de 32 bits e 64 bits e memória à vontade custa a acreditar que ainda existam em atividade verdadeiros dinossauros da informática.
Pessoas físicas e empresas resistem a abrir mão de micros ultrapassados, como os MSX de 8 bits com 64 Kbytes de memória e XT e 286 de 16 bits com 640 Kbytes a 1 Mbyte de memória.
``Eu tenho um certo carinho por ele (o micro)'', afirma José Arrabal, 47, escritor e professor universitário. Arrabal não abre mão de seu MSX Hotbit Sharp, apesar de já ter um notebook 386SX.
Ele tem o Hotbit desde 1989 e diz que a máquina, com 64 Kbytes de memória e um drive de 5,25 polegadas, nunca deu defeito.
O micro é usado exclusivamente para escrever livros. Equipado com um processador de textos para DOS, o ``MSX Word'', da Cibertron, a máquina já ajudou Arrabal a escrever 15 livros. Sem disco rígido, ele foi obrigado a gravar os textos em 60 disquetes.
``Meu XT é uma belezinha'', afirma o publicitário Marco Antonio de Carvalho, 46.
Além do XT ATS com 640 Kbytes de memória RAM, Carvalho tem um 486 DX2 de 66 MHz com 8 Mytes de memória RAM.
Comprado há cinco anos, o XT é usado na preparação de relatórios e orçamentos. O 486 é usado em tarefas como a criação de projetos de merchandising.
Além disso, o micro é mais econômico. Uma fita para a impressora do micro, uma matricial, custa de R$ 3 a R$ 4, enquanto um cartucho de tinta para a impressora a jato de tinta do 486 sai por R$ 50.
Existem também usuários que ainda apostam em máquinas antigas como uma maneira econômica de se iniciar na informática.
O agente de viagem Carlos Roberto Ciamponi, 36, comprou há dois anos um micro usado Itautec I-7000 de 8 bits para abrir as portas da informática para seus filhos.
Na construtora Beter, dois XT e três 286 sobrevivem fazendo processamento de textos, relatórios e comunicação com bancos.
Segundo Régis Pellizzon, 22, responsável pela área de informática, as máquinas são usadas também para ensinar novos usuários. ``Iniciamos as pessoas em DOS depois passamos para as máquinas mais sofisticadas (386 e 486)'' diz.
Fazer comunicação com bancos é a principal tarefa do Expert Gradiente de 64 Kbytes usado pela empresa de treinamento DDP - Desenvolvimento Profissional.
``Ele fica a manhã inteira ligado com bancos'', diz Alvaro Cruz, diretor da DDP. Além do Expert, a empresa tem 40 micros 386 e 486.
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