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<DATE>950722</DATE>
<CATEGORY>MUNDO</CATEGORY>
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Justiça do país decide enviar à Argentina grupo acusado de atentados contra judeus
Das agências internacionais
A Justiça do Paraguai anunciou que vai extraditar amanhã para a Argentina o grupo acusado de ligação com atentado contra entidades judaicas em Buenos Aires.
Entre as seis pessoas está a brasileira Valdirene Vieira Ferguglia. Eles são suspeitos de terem participado de um atentado contra a Embaixada de Israel na Argentina, em 1992, e de uma explosão na sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), há um ano.
Nos dois ataques morreram cerca de 120 pessoas.
Os outro cinco presos têm nacionalidade libanesa. Eles estão presos em Assunção desde janeiro.
Eles são formalmente acusados de tráfico de armas pela Justiça argentina. A Justiça paraguaia acusa o grupo ainda de narcotráfico e imigração ilegal.
Eles serão levados a Buenos Aires por um avião da Força Aérea Argentina, em horário que não foi divulgado. A Justiça paraguaia deixou em aberto a possibilidade de o avião ir até o Assunção ou pousar em Formosa (na Argentina, junto à fronteira). Na segunda hipótese, os prisioneiros cruzariam a fronteira de carro.
Os detalhes não foram fornecidos porque a polícia teme uma operação de terroristas islâmicos para tentar liberar os presos.
A Justiça paraguaia determinou a extradição no último dia 29 de maio, mas os advogados dos acusados entraram com recurso em uma nova instância.
A Justiça negou e os acusados desistiram de pedir a revisão da extradição na Corte Suprema.
Segundo o chanceler do Paraguai, Luis María Ramírez Boettner, toda a documentação necessária para a extradição já está pronta.
O governo de seu país deve enviar ainda um informe aos argentinos sobre as investigações feitas sobre o grupo em Assunção.
O comandante da Polícia Nacional paraguaia, Mario Agustín Sapriza, disse estar convencido de que pelo menos dois dos acusados estão envolvidos diretamente no atentado à Amia.
Os acusados alegam inocência e afirmam que não recorreram à Corte Suprema porque acreditam que, uma vez na Argentina, terão condições de mostrar que não se envolveram nos atentados.
O grupo foi preso em uma mansão no bairro de Trinidad, um dos mais sofisticados de Assunção, cerca de um mês depois de ter deixado a Argentina.
Seus integrantes, mesmo estando em situação ilegal, dizem que são "turistas, não terroristas". As autoridades argentinas acreditam que eles sejam do grupo islâmico Hizbollah (Partido de Deus).
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