<DOC>
<DOCNO>FSP951004-125</DOCNO>
<DOCID>FSP951004-125</DOCID>
<DATE>951004</DATE>
<CATEGORY>ILUSTRADA</CATEGORY>
<TEXT>
Mostra de arte latino-americana tentará fornecer a EUA e Europa uma visão que evite simplificações
Da Reportagem Local
A parte dedicada à América Latina dentro da Bienal Internacional de São Paulo, no ano que vem, estará preocupada com o olhar da Europa e Estados Unidos sobre a arte produzida nessa parte do mundo.
``A Bienal pode mostrar a diversificação, educar o olhar das outras partes do mundo sobre a arte latino-americana", afirmou em entrevista coletiva, na manhã de ontem, a porto-riquenha Mari Carmen Ramirez, curadora responsável pela mostra.
Além das salas especiais e dos representantes brasileiros, a Bienal do ano que vem montará a exposição ``Universalis", dividida por regiões globais.
Cada mostra terá um curador específico, escolhido pela Bienal entre os países que compõem a região.
Latino-americana radicada nos Estados Unidos (trabalha na Universidade do Texas), Mari Carmen acredita que ela possa montar uma exposição bastante diferente _e mais significativa_ das que já foram feitas com artistas da América Latina.
``Muito curadores que vêm de outros países têm dificuldade de penetrar na complexidade da arte na América Latina, caem em um olhar simplificador, que busca identificar o que lhes é familiar", disse a curadora.
Mari Carmen acredita que, com ela, será diferente. Nomes a serem escolhidos para a exposição do ano que vem? Ainda é cedo, disse a curadora, que preferiu durante a entrevista falar em tese sobre a relação entre arte e política, entre ética e estética.
Além da América Latina, haverá na Bienal, dentro da ``Universalis", salas de África e Oceania; Ásia; Brasil; Canadá e Estados Unidos; Europa Ocidental; e Europa Oriental.
O tema geral da Bienal, que funcionará entre 5 de outubro e 8 de dezembro do ano que vem, é ``a desmaterialização da arte no final do milênio", ou a era das instalações _o abandono dos suportes tradicionais como telas ou esculturas.
Como a própria curadora para a América Latina observou na entrevista, uma questão ``sedutora", mas que já está em pauta, no Brasil por exemplo, pelo menos desde os anos 60.
</TEXT>
</DOC>