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<DATE>951124</DATE>
<CATEGORY>COTIDIANO</CATEGORY>
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Da Sucursal do Rio
Mais de 6.000 sacolés (pequenos sacos plásticos) de cocaína _que valem cerca de R$ 150 mil_ foram apreendidos ontem na Fábrica de Esperança, em Acari (zona norte do Rio). Três homens, suspeitos de envolvimento com tráfico, foram presos.
A Fábrica de Esperança, administrada pelo pastor Caio Fábio, presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira), foi inaugurada em dezembro do ano passado e oferece cursos profissionalizantes e creche para os moradores da favela de Acari (vizinha à fábrica).
A droga foi descoberta durante uma operação da PM na favela. Do alto de uma laje os policiais avistaram oito homens armados no pátio dos fundos da fábrica.
Os PMs demoraram a conseguir permissão para entrar na fábrica e trocaram tiros com os oito homens. Cinco fugiram e três foram encontrados escondidos.
Até o fim da tarde de ontem, a polícia ainda não tinha identificado os três homens, que foram levados para a 40ª DP.
Em uma revista na fábrica os policiais encontraram a droga no interior de um forno desativado. Eles também acharam, na subestação de força, dois colchonetes e um cobertor. A PM acredita que os traficantes dormiam no local.
O coronel Marcos Paes, que comandou a operação, acha difícil que os funcionários da fábrica não soubessem que o local era usado para guardar drogas e como refúgio de traficantes.
Paes afirmou ainda que a polícia só conseguiu vistoriar 50% da área total da fábrica e acredita que ainda possa haver droga escondida.
Cristina Cristiano, superintendente da fábrica, acredita que os os traficantes utilizaram o local apenas porque estavam em fuga. O pastor Caio Fábio, em viagem ao Nordeste, não foi localizado pela Folha para comentar as prisões e a apreensão de drogas.
Até o fim da tarde, a PM procurava os traficantes que fugiram na favela de Acari. Houve seguidas trocas de tiros e manifestação da população local contra a ação policial.
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