<DOC>
<DOCNO>PUBLICO-19940509-015</DOCNO>
<DOCID>PUBLICO-19940509-015</DOCID>
<DATE>19940509</DATE>
<CATEGORY>Desporto</CATEGORY>
<AUTHOR>MQ</AUTHOR>
<TEXT>
Chaves venceu Torreense (1-0)
Beto marcou no último minuto...
Em dia que deveria ter sido também de eleições para a direcção do Chaves, mas que a falta de candidatos obrigou a adiar para uma melhor oportunidade, enquanto António Castanheira reafirma não querer continuar à frente dos destinos do clube, o Desportivo de Chaves conseguiu ontem uma saborosa e difícil vitória sobre o Torreense, mercê de um espectacular golo de Beto no último minuto, quando poucos já acreditavam que isso fosse possível.
Perante um inofensivo Torreense, que se limitou a defender durante quase todo o encontro, ao ponto de o guardião flaviense Jesus ter sido apenas um mero espectador durante os noventa minutos, o Chaves sofreu até ao fim para conseguir um golo. Um golo que mantém a equipa na luta pela subida à I Divisão.
Pressionando constantemente o seu adversário e obrigando-o a jogar sempre muito próximo da sua grande-área, o Chaves deve apenas queixar-se de si próprio pelo sofrimento, já que não teve o discernimento suficiente para, nos momentos oportunos, aproveitar uma das muitas ocasiões de golo que criou ao longo do desafio. Especialmente durante os primeiros 45', durante os quais chegou a haver momentos de invulgar espectacularidade, com jogadas ao primeiro toque por parte dos transmontanos a que apenas faltou a finalização.
Evidentemente que o Torreense, e sobretudo o seu guarda-redes, Jovanovic, tudo fizeram para evitar o golo dos flavienses, mas o velho ditado «água mole em pedra dura» acabou por prevalecer, terminando o Chaves por alcançar com toda a justiça os dois pontos em disputa, numa altura importante do campeonato, após muito porfiar, massacrando autenticamente o adversário.
Era, naturalmente, enorme a alegria dos flavienses no final do jogo, após tanto sofrimento, bem expressa nas palavras do seu treinador-jogador, Jesus, que elogiou os seus atletas pela forma como acreditaram que «até ao último apito do árbitro o jogo não acaba». E o técnico não deixou de frisar que o Chaves «podia ter vencido por maior margem, já que, sobretudo na primeira parte, teve muitas e boas oportunidades de golo». Jesus chamou também a atenção para a importância do último jogo em Vila do Conde, «onde todas as hipóteses são possíveis, porque está tudo em aberto», pedindo apenas que as arbitragens sejam «isentas».
Rui Mâncio, treinador do Torreense, por seu lado, reconhecia a justiça da vitória do Chaves, embora se lamentasse «do golo da derrota no último minuto». «Foi muito bonito que o Chaves tivesse ganho o jogo, porque acreditou até ao fim que isso era possível, como seria muito bonito que o Torreense levasse um ponto, já que a sua estratégia para este jogo foi montada para isso e esteve quase a dar os seus frutos.»
Bom trabalho da equipa de arbitragem, que teve uma grande virtude: procurou ser isenta, usando critérios idênticos para as duas equipas, acabando o seu trabalho por ser até elogiado por ambos os treinadores.
Carlos Veras
</TEXT>
</DOC>