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<DATE>19940624</DATE>
<CATEGORY>Desporto</CATEGORY>
<AUTHOR>LF</AUTHOR>
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A «cidade dos campeões»
Custou mas foi. Os Rockets sagraram-se campeões da NBA e Houston, a «cidade do calor», finalmente conseguiu o título que lhe fugia há várias décadas e que é já o maior êxito da sua história desportiva. A alegria no centro urbano justifica-se, antes de mais, porque os Rockets quebraram a longa tradição de sucessivos desapontamentos para os adeptos da quarta cidade mais populosa dos Estados Unidos.
Por isso, mal terminou a partida, o treinador dos Rockets, Rudy Tomjanovich, que passou os seus 24 anos de carreira como treinador e jogador com esta equipa, falou para os 16.611 espectadores: «Vocês esperaram muito tempo por isto e agora aqui o têm!» Na edição após o jogo, o jornal «Houston Post» expressava bem o sentimento geral com o título de «Cidade dos Campeões». Na instalação sonora do pavilhão, Joel Skoler não se continha: «Ninguém pode acreditar que isto seja verdade. É o que de melhor podia acontecer para esta cidade.» E quem conhece Houston, sabe como Skoler tem razão.
Em Houston, os adeptos da equipa viveram intensamente as duas semanas de luta épica com os Knicks. E à terceira foi de vez, depois de nas duas anteriores presenças na final os Rockets terem perdido para os «carrascos» Boston Celtics -- em 1981 e 1986. E, como a memória é curta, o entusiasmo fez esquecer momentaneamente os falhanços das diversas equipas da cidade. Mas ninguém pode apagar a carreira dos Houston Oilers, em 1993, nos «play-off» da liga de futebol americano. Os Oilers não conseguiram segurar uma vantagem de 32 pontos sobre os Buffalo Bills e entraram na história da liga como os detentores do maior colapso nos «play-off».
O desastre do conjunto acentuou-se ainda mais esta época quando, após terminarem a época regular com uma série vitoriosa de 11 jogos, perderam logo na primeira ronda com os Kansas City Chiefs. Os Oilers já venceram a prova por duas vezes, 1960 e 61, mas nunca mais atingiram a «Super Bowl» (final) apesar de sucessivas presenças nos «play-off».
No basebol, o desastre é ainda maior, já que os Houston Astros nunca venceram nada em 32 anos de existência.
E o hóquei no gelo? Nos anos setenta, os Houston Aeros foram campeões por duas vezes, mas a equipa extinguiu-se em 1979 e nunca mais a cidade teve um representante na liga. Ao nível universitário, mais desilusões. Os basquetebolistas dos Houston Cougars, onde começou o jovem Hakeem Olajuwon, perderam duas finais consecutivas da NCAA, a liga universitária, nos princípios dos anos oitenta. Em 1983, perante os North Carolina State e, em 1984, para a equipa de Georgetown, onde actuava a actual estrela dos Knicks, Pat Ewing. E no futebol, que dizer dos Cougars, que em 1979 deixaram-se ultrapassar pelos Notre Dame, quando detinham uma vantagem de 22 pontos?
Reuter
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