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<DOCNO>PUBLICO-19941215-037</DOCNO>
<DOCID>PUBLICO-19941215-037</DOCID>
<DATE>19941215</DATE>
<CATEGORY>Economia</CATEGORY>
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Acções
estáveis
Ricardo Valadares
A sessão de Bolsa de ontem não trouxe grandes alterações ao mercado de capitais. De uma forma geral, as cotações estiveram estáveis e os volumes negociados não representaram modificações dignas de registo nas estruturas accionistas das sociedades. Os três papéis mais movimentados foram instituições financeiras com o BESCL a liderar a lista com um total de 156 mil acções a mudarem de mãos. BCP e BTA registaram negócios de 141 e 130 valores respectivamente.
Nestes casos, os investidores estrangeiros estiveram bem presentes, com destaque para as acções do Banco Espírito Santo. Estes valores não registaram praticamente alterações, com os preços a oscilarem entre um máximo de 3129 escudos e um mínimo de 3120 escudos. Ou seja, as flutuações nunca ultrapassaram os 0,28 por cento. Os títulos do banco acabaram por encerrar no valor mais baixo da sessão. Também o Banco Comercial Português esteve calmo com as cotações a terminarem 0,05 por cento mais baixas que no dia anterior.
No grupo dos três papéis mais procurados, as acções do Totta foram, de longe, aquelas que estiveram mais animadas. No final do dia, o ganho do BTA foi de 3,18 por cento o que, aliás, constituiu a maior valorização do mercado contínuo. Neste caso concreto, o mercado parece estar a apostar numa resolução do problema Totta/Banesto até ao final do ano. No entanto, nem todos os intervenientes acreditam que tal venha a acontecer. Daí que este possa tornar-se num investimento algo especulativo nos próximos dias o que fará com que os investidores tenham de dispensar uma atenção redobrada ao BTA.
Por outro lado, também é verdade que os accionistas do banco liderado por Alípio Dias contam com um resultado líquido para o final do exercício na ordem dos 20 a 21 milhões de contos. Este valor representa um decréscimo face aos 23,3 milhões de contos alcançados em 1993, mas poderá não ser tão mau tendo em atenção a crise que se vive actualmente no sector financeiro nacional.
Para os próximos dias, os analistas acreditam que a Bolsa de Lisboa possa ser palco de maiores volumes negociados uma vez que se aproxima o final do ano. Esta época é aproveitada pelos investidores para realizarem os últimos arranjos de carteiras. Daí que nem sempre os milhões de contos que se movimentam nos últimos dias de Dezembro representem negócios puros, mas sim rearranjos de posições, na maior parte das vezes ligadas a interesses contabilísticos ou fiscais.
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