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<DOCNO>PUBLICO-19950401-139</DOCNO>
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<DATE>19950401</DATE>
<CATEGORY>Sociedade</CATEGORY>
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Vitória dos soldados «gay»
O regulamento sobre homossexuais nas Forças Armadas norte-americanas, há um ano em vigor depois da intensa controvérsia que provocou nos primeiros tempos da presidência de Bill Clinton, é discriminatório e viola o direito constitucional à liberdade de expressão, considerou esta semana um juiz de Nova Iorque. O tribunal de Brooklyn, que ajuizava pela primeira vez sobre a constitucionalidade de autorizar os homossexuais e as lésbicas a servir nas Forças Armadas, na condição de se calarem sobre a sua orientação sexual, veio assim dar razão a seis militares que apresentaram queixa contra o Governo. O regulamento, subintitulado na justiça de «não se pergunta nada, não se confessa nada, não se persegue», em vigor desde o início de 1994, é não só «hipócrita, mas incita vivamente os homossexuais a mentir», considerou o juiz Eugene Nickerson. O Pentágono informou entretanto que interporá apelo contra a decisão. «A nossa política respeita a Constituição. Pretendemos prossegui-la», disse o porta-voz do Pentágono, Kenneth Bacon.
Crime no mercado do peixe
O chefe do departamento de bombeiros de Nova Iorque atribuiu na quinta-feira a origem criminosa o incêndio de grandes proporções que destruiu na quarta-feira parte do principal mercado novaiorquino de peixe. Os investigadores descobriram vestígios de um líquido acelerador e a prova de que o sistema automático de extintores foi sabotado, explicou em conferência de imprensa o chefe dos bombeiros de Nova Iorque, Howard Safir. «Não creio que se possa qualificar isso de profissional, mas foi certamente eficaz», sublinhou. As autoridades recusaram-se a especular sobre os possíveis autores do incêndio, indicando simplesmente que a investigação da polícia federal norte-americana (FBI) prossegue e que o mercado se mantém operacional, sob vigilância policial.
Liberianos afogados
Cerca de 50 pessoas morreram afogadas nos princípios da semana, no oceano Atlântico, ao naufragarem três embarcações onde viajava uma centena de liberianos, informou a imprensa da Libéria. Segundo o jornal «Inquirer», centenas de pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, fugiam dos confrontos que se reacenderam no sudeste da Libéria, apesar do acordo de paz assinado no dia 21 de Dezembro para pôr termo a cinco anos de guerra civil. As embarcações, explicaram sobreviventes, navegavam próximo do porto de Buchanan, a cerca de 90 quilómetros da capital liberiana, Monróvia. Os passageiros foram salvos por pesqueiros ganeses.´
Áustria condena neonazi
Um dos líderes dos neonazis austríacos, Hans Joerg Schimanek, foi ontem condenado, num tribunal de Viena, a 15 anos de prisão por actividades neonazis. Schimanek, de 31 anos e filho de um dirigente político pertencente ao partido de direita de Joerg Haider, foi acusado de ser o chefe de uma organização paramilitar e de ter um papel dirigente na organização neonazi Vapo (Oposição extraparlamentar fiel ao povo) de Gottfried Kuessel, condenado a 11 anos de prisão em Outubro de 1994.
Apreensão da PJ cabo-verdiana
A Polícia Judiciária cabo-verdiana anunciou quinta-feira à noite na Cidade da Praia a apreensão de 28,3 quilos de cocaína, no valor comercial de cerca 60 mil dólares (cerca de nove mil contos). Na operação foram detidas 28 pessoas, de sete nacionalidades. Esta foi a primeira grande apreensão de droga em Cabo Verde após a criação da Polícia Judiciária, que beneficiou na sua concepção e formação da colaboração da PJ portuguesa, entrando em funções há cerca de dois meses.
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