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<DOCNO>PUBLICO-19950811-079</DOCNO>
<DOCID>PUBLICO-19950811-079</DOCID>
<DATE>19950811</DATE>
<CATEGORY>Local</CATEGORY>
<AUTHOR>PRP</AUTHOR>
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Carteiro queimou
correspondência
Três jovens, todos com 19 anos e residentes em Ermesinde, concelho de Valongo, foram identificados pela PSP acusados de terem destruído um saco com correspondência que um deles, carteiro de profissão, deveria ter distribuído por vários destinatários.
A polícia foi alertada, cerca das 20h45 de segunda-feira, por um sapateiro morador em Ermesinde, a quem dois menores haviam contado ter visto alguém a queimar correspondência numa margem do rio Leça, próximo à Rua Ponte de Moinhos, em Ermesinde.
Depois de se dirigirem ao local e confirmarem as informações fornecidas, os agentes efectuaram diversas diligências e conseguiram interceptar os supostos autores do crime. Estes terão confirmado a autoria de tal acto, mas, segundo a PSP, não explicaram os motivos que os levaram a destruir a correspondência e não foram detidos devido à inexistência de flagrante delito. A PSP, no entanto, conseguiu recuperar parte do conteúdo do saco, tal como um cartão multibanco, dois cheques -- um no valor de cerca de 700 contos passado em nome dos Bombeiros Voluntários da Maia e outro de um banco de Paris no valor de 112 748 escudos -- e ainda o próprio saco, pertença dos correios.
Fonte dos CTT confirmou ao público que um conjunto de correspondência, cujo número ainda não foi apurado, pertencente ao Centro de Distribuição da Maia, não foi entregue aos seus respectivos destinatários e que terá sido destruído por um carteiro contratado há cerca de dois meses e meio. «Este carteiro não pertence à empresa, encontrava-se a trabalhar na situação de assalariado, foi alvo de uma acção de formação teórica e prática, foi acompanhado no desempenho das suas funções pelo chefe do centro de distribuição postal da Maia e nada levaria a crer que isto acontecesse», declarou a mesma fonte, acrescentando que pelo menos há cinco anos que não se passa qualquer caso deste tipo.
O jovem carteiro abandonou de imediato as suas funções nos correios e os CTT irão agora indemnizar os seus clientes lesados de acordo com o regulamento postal. O caso entrará agora em fase de processo-crime, cuja tutela pertence à Polícia Judiciária, e os CTT procederão também a um inquérito.
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