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<DOCNO>PUBLICO-19950906-144</DOCNO>
<DOCID>PUBLICO-19950906-144</DOCID>
<DATE>19950906</DATE>
<CATEGORY>Nacional</CATEGORY>
<AUTHOR>CB</AUTHOR>
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José Manuel Lello, 37 anos, editor e livreiro portuense, responsável por uma das mais antigas chancelas portuguesas, é a personalidade da vida portuguesa que hoje responde às perguntas do inquérito-padrão sobre as próximas legislativas.
1 -- Pela vontade que me parece evidente, de mudanças, o PS. No entanto, não tenho a certeza se será assim... Somos bastantes avessos a experimentar o menos conhecido. Um aumento significativo da percentagem do PP pode transformá-lo num dos vencedores e, quem sabe, quebrar com esta incómoda bipolarização.
2 -- Engenheiro Guterres
Ponto forte: ser a alternativa.
Ponto fraco: muitas pessoas acharem que não é a alternativa.
Dr. Nogueira
Ponto forte: as inaugurações.
Ponto fraco: continuar, ainda por cima, em «low profile».
Dr. Monteiro
Ponto forte: o melhor político a fazer oposição.
Ponto fraco: ninguém acreditar que ele possa ganhar.
Dr. Carvalhas
Ponto forte: o PCP.
Ponto fraco: exactamente o mesmo do dr. Nogueira (que nem sequer tem o PCP).
3 -- Todos os partidos abordam todas as questões, mesmo as menos importantes. Como estamos em plena campanha eleitoral, as posições tomadas por todos os partidos são na perspectiva da caça ao voto; donde não se deve ligar a mínima importância ao que se ouve. Deve-se sim tentar imaginar como encararão os problemas e que opções tomarão depois de conquistarem o poder.
4 -- Foi importante para todos termos tido uns anos de maioria absoluta. Não creio que tal se volte a repetir tão cedo. A alternativa serão governos minoritários, governando com o sensato apoio do Parlamento. Governar deve ser muito difícil e as maiorias absolutas fazem crer aos governantes que têm sempre razão. Acredito que, passados 21 anos de democracia, podemos assistir a governos não arrogantes, exercendo a sua função ao serviço de todos.
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