Mais uma vez, obrigado, muito obrigado pelo convite para estar aí convosco.
Não posso ir afinal, ao contrário do que desejava, tenho muita pena.
Mas não queria deixar de vos dizer da enorme alegria de saber que foram capazes de construir este encontro, que marca decerto o enorme progresso da vossa actividade nestes últimos anos e a vossa construção de uma verdadeira área científica.
Uma comunidade que se junta para fixar a linguagem comum da avaliação que deseja está a construir um corpo técnico estabilizado de rotinas de exigência, onde de futuro se reconhecerá, e em cuja balança há-de medir, como a coisa mais natural do mundo, o que vale o quê, quem está ou não está dentro dos padrões doravante normais de qualidade e de pertença.
Esse exercício difícil que é ir construindo (pela via dura)uma cultura de avaliação revela também a fundação de uma ética profissional.
Tenham consciência que um momento assim é raro,e por isso mesmo deve marcar durante muitas gerações a maneira de trabalhar e de ensinar como se trabalha ou se partilham os resultados do trabalho. É preciso que seja bem visível o que se conseguiu fazer, para que faça escola, faça história. Acho que deveriam orgulhar-se de ter sido capazes, e deveriam a partir de agora explicar repetidamente o sentido da maneira de fazer que escolheram, insistindo vezes sem conta na importância da avaliação cruzada, debatida, aberta, tornada hábito.
Cada disciplina científica, cada domínio de trabalho científico, têm uma história e uma escolha de efemérides singulares e de modos colectivos de agir que não só se tornaram práticas colectivas como tiveram de ser descritos e explicados, muito antes de se terem tornado implícitos e parte das descobertas iniciáticas, da formação e do património ético de cada geração nova. É óptimo que seja tomando posição sobre o terreno difícil dos instrumentos de avaliação, de verificação, de controle, que se construa hoje uma das vossas efemérides.
Parabéns! Bom trabalho!
Um abraço amigo para todos do
José Mariano Gago