Transparência, participação e colaboração de todos
Se não for possível que a maioria dos actores envolvidos consiga comunicar, não é realista alimentar qualquer esperança sobre o desenvolvimento harmonioso da área do processamento computacional da nossa língua.
Até agora, a área tem vivido num esquema de convites, negociações secretas e pouca transparência. Não se sabe o que os outros andam a fazer, a que resultados chegaram e que negociações se encontram em curso. A maioria dos grupos não publicita o que anda a fazer na rede, e sobretudo não disponibiliza os resultados.
Há várias medidas concretas que poderiam ser tomadas para contrariar este estado de coisas, pelo menos no que se refere aos projectos com financiamento público:
- Obrigar a uma discussão dos
projectos apresentados na área -- antes de serem aprovados ou recusados para financiamento --, de maneira a obter
um consenso, críticas, e sugestões de toda a comunidade, fazendo com que o resultado final das propostas
fosse melhorado substancialmente e que outros parceiros pudessem eventualmente agregar-se ao projecto. Para isso, bastaria
que as propostas de projecto tivessem de ser obrigatoriamente apresentadas na WWW (com um prazo para discussão e envio de críticas ou adendas), assim como os relatórios de andamento do projecto e relatório final.
- Projectos que não obtivessem financiamento poderiam ser retomados mais tarde, tendo em conta as críticas e sugestões do processo anterior.
- Deveriam também ser avaliadas independentemente a proposta e o grupo de investigação, seguindo critérios a serem publicitados pelos organismos públicos de financiamento. A avaliação e quem a fez, devia ser também pública, ou pelo menos passível de consulta pelos interessados.
- Finalmente, deveria ser critério preferencial o uso ou reutilização de dados ou ferramentas criadas por outros grupos.
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