Professor Luís Magalhães Presidente da Fundação Para a Ciência e Tecnologia

Eu gostava de começar por saudar... todas as pessoas presentes... em primeiro lugar, naturalmente, e na pessoa da Professora Lurdes Rodrigues, o Observatório das Ciências e das Tecnologias... pela organização desta reunião e pela contribuição para os debates que têm estado a decorrer e, também, em segundo lugar, as pessoas que convidámos especialmente, as pessoas que vieram do estrangeiro especialmente para participar nesta sessão, Professor Fernando Pereira, Professor Lauri Carlson e Professor Hans Uszkoreit... e queria também agradecer a todas as pessoas que prepararam intervenções específicas para a sessão, e terão oportunidade de as apresentar, e também, naturalmente, todos os outros que se sintam estimulados para ter contribuições ao longo do debate.

Esta é uma sessão que se inclui num conjunto de sessões públicas de apresentação de contribuições e debate no âmbito de várias áreas da Ciência e Tecnologia... que foi, de facto, iniciada pelo Senhor Ministro da Ciência e da Tecnologia antes do verão de noventa e oito, quando abriu o período de contribuições para o Livro Branco do Desenvolvimento Científico e Tecnológico Português para o período de 1999-2006. Foi também nessa altura aberto um fórum, na Internet, para contribuições... para apresentação de contribuições no sentido de poder permitir informar, não só sobre a situação actual nas diversas áreas, mas também sobre a sua orientação futura, visto que estamos prestes a iniciar um novo ciclo em termos de financiamento... de planeamento, financiamento, não só nesta área, mas em Portugal de modo geral, como sabem existe um esforço de planeamento que está a ser coordenado pelo Ministério do Planeamento e Administração do território a propósito da preparação do PNDES, Plano Nacional, e no qual, naturalmente, se inserem as diversas intersecções... as diversas contribuições sectoriais e de planeamento sectorial, visto que têm implicações directas num quadro de financiamento significativo que se inicia em breve, no ano 2000, que é o Terceiro Quadro Comunitário de Apoio, e que de facto cobre o período que vai desde o ano 2000 até ao ano 2006.

Os debates têm sido organizados quer por áreas disciplinares de dimensão diversa, quer por áreas temáticas quando se entendeu que era particularmente necessário serem discutidas nesses termos, portanto definidas pelo objecto da actividade científica e não pela natureza da disciplina. Este início de preparação deste ciclo, e que efectivamente já se baseia num número considerável de contribuições de diversas origens, ainda não está encerrado, pelo que eu apelava aos participantes que, quer neste momento, quer no decurso da participação, que se entendam estimulados a apresentar pontos de vista que não vejam suficientemente expressos, o façam, de preferência no prazo curto, a partir desta sessão, visto que nos ultima, estamos a aproximarmos do fim deste período de preparação do Livro Branco, e portanto que os enviem pelos canais normais de forma a enriquecer as contribuições que já temos disponíveis, e para isto podem ser contribuições individuais ou em grupo, naturalmente, e portanto a forma de organização que entenderem será muito bem-vinda.

Estas sessões, naturalmente, para materializar a sua preparação e estimular o início de debate têm-se apoiado em material escrito, na forma de... de textos que são desenvolvidos para analisar a situação da área e algumas contribuições para o seu desenvolvimento. Há uma colecção de perfis das áreas disciplinares que tem sido preparado pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias e que tiveram provavelmente oportunidade de ver na recepção. E nesta área em particular... uma vez que não tínhamos a base de suporte que vinha da... da avaliação e da compilação de dados separada que existe para as áreas disciplinares, dada a natureza temática da área, solicitámos à Doutora Diana Santos que preparasse um documento que fosse precisamente uma contribuição escrita que desse origem a um ponto de partida para reflexão e contribuições mais gerais, e aqui como devem calcular, mais propriamente do que a apresentação deste documento, o que interessa é um processo; é um processo de discussão e de debate e de preparação de contribuições, generalização de contribuições, de maneira a que estas apresentações de perfis, de outras propostas acabam por ser uma situação de pretexto para pensar as áreas e generalizar o pensar as formas de intervenção de forma mais alargada.

A importância desta área foi identificada de uma maneira muito particular e... e específica, por várias razões, por um lado há de facto a consciência clara de que a criação de conhecimento e de instrumentos para o tratamento computacional da língua portuguesa é absolutamente essencial no contexto actual de tecnologias de informação e sociedade da informação... quando não se utiliza certos instrumentos... naturalmente que as coisas deixam de ser usadas e visto que há agora um universo de expressão da sociedade... e através da sociedade da informação e com as tecnologias de informação, se a presença, a utilização, o tratamento, o processamento, o trabalho sobre a língua portuguesa não tiver uma expressão clara neste contexto, naturalmente que isso terá consequências de debilidade muito importantes que é preciso ultrapassar. Uma outra consciência também, é da importância que isso tem para alargar o acesso às... aos falantes de português, não só portugueses, mas em geral aos cidadãos portugueses também, à informação disponível noutras línguas nos contextos de distribuição extremamente alargados que existem presentemente. Como se depreende desta observação, estamos a entender português no sentido amplo, portanto com todas as suas variantes, e vemos como uma ambição a considerar, com empenho, o tentar sediar em Portugal uma contribuição exactamente nesse espaço alargado, e portanto, com a ideia de desenvolver os instrumentos e o conhecimento nesta área, não só pensando no português... no sentido mais próximo do português europeu, mas sim num contexto mais alargado, o que eventualmente requer formas de internacionalização reforçadas e requer também abertura a uma eventual contratação e reforço de redes com pessoas oriundas de outros países, falantes de português ou não.

Bom, e basicamente, em termos de objectivos genéricos, nestes... nestas reuniões e nestes debates trata-se de repensar... de pensar a forma de organização e de intervenção na área de uma maneira muito ampla, identificando oportunidades que se abrem para a área, identificando necessidades que é preciso... a que é preciso responder, identificando formas de organização para o fazer num momento em que houve uma alteração legislativa bastante significativa no quadro relativo a esta área que se traduz basicamente por três documentos: o estatuto do bolseiro, o estatuto da carreira de investigação e a legislação-quadro do funcionamento das instituições científicas. Há novos instrumentos que convém que sejam aplicados da maneira mais eficiente para o benefício da actividade de investigação e da forma dela obter resultados o mais cedo possível, e portanto isso é também uma questão que está aqui, enfim, permanentemente, como tirar partido dos novos mecanismos envolvidos no âmbito da carreira de investigação, como tirar partido dos novos mecanismos previstos na legislação de enquadramento das instituições científicas. E, naturalmente, também as questões que têm a ver a ligação da actividade científica propriamente, da comunidade universitária e a comunidade de investigação no sentido estrito, com a actividade empresarial e a forma de afirmação em termos económicos e de incentivar a transferência de conhecimento para produtos e para a economia.

Bom, posto isto... eu passaria a palavra à Doutora Diana Santos, para fazer a sua apresentação, ao que depois se seguiriam as intervenções que... dos nossos convidados que vieram do estrangeiro, imediatamente na sequência. Muito obrigado.


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