11. Coordenação

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Na Floresta, dois ou mais constituintes, com a mesma função ou com funções diferentes, podem estar coordenados. A conjunção coordenativa, ou outros elementos que se comportam como tal, podem ou não estar presentes na coordenação. Quando há vagueza nos elementos coordenados, a coordenação estará representada entre os constituintes mais próximos.

A representação da relação de coordenação na Floresta é a seguinte:

  1. nó não terminal que indica que determinados constituintes estão coordenados (FUNÇÃO:CU);
  2. nós dependentes daquele, terminais ou não terminais, ao mesmo nível que correspondem às partes coordenadas (CJT:forma)
  3. conjunções coordenativas (ou outros elementos de função idêntica) (CO:forma) ao mesmo nível das partes coordenadas (CJT). A forma cu não tem restrições quanto ao tipo de funções a que pode estar associado: funções ao nível mais alto (raiz) (EX: STA:cu; QUE:cu), funções a nível de oração (EX: SUBJ:cu; P:cu) e funções a nível de sintagma (EX: N<:cu; H:cu).

O seguinte exemplo ilustra coordenações:

CP147-3 A Croácia e a Eslovénia eram duas realidades geopolíticas suficientemente coesas;

A1
STA:fcl
=SUBJ:cu ==CJT:np ===>N:art('o' F S) A ===H:prop('Croácia' F S) Croácia ==CO:conj-c('e' <co-subj>) e ==CJT:np ===>N:art('o' F S) a ===H:prop('Eslovénia' F S) Eslovénia =P:v-fin('ser' IMPF 3P IND) eram =SC:np ==>N:num('dois' <card> F P) duas ==H:n('realidade' F P) realidades ==N<:adj('geopolítico' F P) geopolíticas ==N<:adjp ===>A:adv('suficientemente' <quant>) suficientemente ===H:adj('coeso' F P) coesas =;

11.1. Constituintes coordenados que partilham um ou mais constituintes

Consideramos que dois ou mais constituintes coordenados podem ter um ou mais constituintes em comum. Por exemplo, uma coordenação de predicados cujo sujeito é o mesmo.

Nestes casos, considera-se que o constituinte partilhado está fora da coordenação. Como tal, a relação de coordenação terá a sua função subespecificada, uma vez que não existe para já uma etiqueta de função para constituintes que agrupam P e seus argumentos e/ou adjuntos. No entanto, a informação secundária <predicate> é adicionada à forma subespecificada das partes coordenadas de forma a descrever o agrupamento de P e seus argumentos internos e/ou adjuntos. De notar este é o procedimento a seguir no caso do adjunto predicativo se encontrar fora da relação de coordenação, porque remete directamente para o sujeito (que pode estar ou não expresso).

No caso de ser qualquer outro constituinte que se encontre fora da relação de coordenação como adjuntos adverbiais, a forma de cada um dos elementos coordenados (CJT) será fcl, icl ou acl, consoante o verbo em questão ser finito ou não finito ou não expresso. Os seguintes exemplos ilustram estes casos:

Sujeito partilhado

CP201-1 Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal exportou 265,2 milhões de contos e importou 521 milhões de contos, durante os primeiros cinco meses de 1995, o que resultou num défice comercial de 255,8 milhões de contos.

...
=SUBJ:prop('Portugal' M S) Portugal
=X:cu ==CJT:x (<predicate>) ===P:v-fin('exportar' PS 3S IND) exportou ===ACC:np ====>N:num('265,2' <card> M P) 265,2 ====H:n('milhão' M P) milhões ====N<:pp =====H:prp('de') de =====P<:n('conto' M P) contos ==CO:conj-c('e' <co-vfin> <co-fmc>) e ==CJT:x(<predicate>) ===P:v-fin('importar' PS 3S IND) importou ===ACC:np ====>N:num('521' <card> M P) 521 ====H:n('milhão' M P) milhões ====N<:pp =====H:prp('de') de =====P<:n('conto' M P) contos ...

Adjunto adverbial partilhado

C26-4 Em aquele ano, as Brigadas Vermelhas (BR) estavam no auge da actividade terrorista, o líder cristão-democrata Aldo Moro acabara de ser raptado, e o príncipe -- proibido de entrar em Itália desde o exílio do pai em 1946 -- teria mesmo recebido ameaças das BR.

A1
STA:fcl
=ADVL:pp
==H:prp('em' <sam->) Em
==P<:np
===>N:pron-det('aquele' <-sam> <dem> M S) aquele
===H:n('ano' M S) ano
=,
=X:cu
==CJT:fcl ===SUBJ:np ====>N:art('o' F P) as ====H:prop('Brigadas_Vermelhas' F P) Brigadas_Vermelhas ====( ====APP:prop('BR' F P) BR ====) ===P:v-fin('estar' IMPF 3P IND) estavam ===ADVS:pp ====H:prp('em' <sam->) em ====P<:np =====>N:art('o' <-sam> M S) o =====H:n('auge' M S) auge =====N<:pp ======H:prp('de' <sam->) de ======P<:np =======>N:art('o' <-sam> F S) a =======H:n('actividade' F S) actividade =======N<:adj('terrorista' F S) terrorista ==, ==CJT:fcl ===SUBJ:np ====>N:art('o' M S) o ====H:n('líder' M S) líder ====N<:adj('cristão-democrata' M S) cristão-democrata ====N<:prop('Aldo_Moro' M S) Aldo_Moro ===P:vp ====AUX:v-fin('acabar' MQP 3S IND) acabara ====PRT-AUX<:prp('de') de ====AUX:v-inf('ser') ser ====MV:v-pcp('raptar' M S) raptado ==, ==CO:conj-c('e' <co-inf> <co-fmc>) e ==CJT:fcl ===SUBJ:np ====>N:art('o' M S) o ====H:n('príncipe' M S) príncipe ===... ===P:vp- ====AUX:v-fin('ter' COND 3S) teria ===ADVL:adv('mesmo' <quant>) mesmo ===-P:vp ====MV:v-pcp('receber' M S) recebido ===ACC:np ====H:n('ameaça' F P) ameaças ====N<:pp =====H:prp('de' <sam->) de =====P<:np ======>N:art('o' <-sam> F P) as ======H:prop('BR' F P) BR .

C26-7 «Irritado com este acto de apropriação», foi buscar uma espingarda US 30 semiautomática, utilizada em safaris, e 31 cartuchos, e dirigiu-se para o Cocke.

A1
STA:fcl

=PRED:icl(<pcp>)
==P:v-pcp('irritar' M S) Irritado
==ADVL:pp
===H:prp('com') com
===P<:np
====>N:pron-det('este' <dem> M S) este
====H:n('acto' M S) acto
====N<:pp
=====H:prp('de') de
=====P<:n('apropriação' F S) apropriação

=,
=X:cu ==CJT:x(<predicate>) ===P:vp ====AUX:v-fin('ir' PS 3S IND) foi ====MV:v-inf('buscar') buscar ===ACC:cu ====CJT:np =====>N:art('um' <arti> F S) uma =====H:n('espingarda' F S) espingarda =====N<:prop('US_30' F S) US_30 =====N<:adj('semiautomático' F S) semiautomática ====, ====CO:conj-c('e' <co-acc>) e ====CJT:np =====>N:num('31' <card> M P) 31 =====H:n('cartucho' M P) cartuchos ==, ==CO:conj-c('e' <co-vfin> <co-fmc>) e ==CJT:x(<predicate>) ===P:v-fin('dirigir' PS 3S IND) dirigiu- ===ACC:pron-pers('se' <refl> M/F 3S ACC) se ===PIV:pp ====H:prp('para') para ====P<:np =====>N:art('o' M S) o =====H:prop('Cocke' M S) Cocke .

11.1.1. Particípios com argumentos coordenados, com partilha de auxiliar

O problema na análise destes casos é o facto de os verbos principais (no particípio passado) serem por um lado verbos de um sintagma verbal com o mesmo auxiliar e por outro lado verbos principais de uma oração com estrutura argumental, como o seguinte exemplo:

CF363-1 Blatter disse que o Comitê não levou em consideração o fato do jogador ter se desculpado e comparecido ao hospital para visitar o norte-americano Tab Ramos.

A1
STA:fcl
...
=SUBJ:np
==>N:art('o' <artd> M S) o
==H:n('jogador' M S) jogador
=PAUX:v-inf('ter') ter
=AUX<:cu
==CJT:icl ===ACC:pron-pers('se' <refl> M S ACC) se ===MV:v-pcp('desculpar' M S) desculpado ==CO:conj-c('e') e ==CJT:icl ===MV:v-pcp comparecido
===ADVS:pp
====H:prp('a') a
====P<:np
=====>N:art('o' <artd> M S) o
=====H:n('hospital' M S) hospital

A etiqueta AUX< indica a ligação entre o auxiliar partilhado – PAUX – (e fora da coordenação) e os verbos coordenados – PMV – que serão verbos principais das orações com a sua estrutura argumental.

Uma outra situação pode ocorrer: existência da partícula de ligação a ou de entre o verbo auxiliar e o verbo principal que pode estar fora ou dentro da coordenação (no último caso, aparecendo repetida em cada um dos elementos coordenados).

No primeiro caso – partícula de ligação fora da coordenação (i.e., ser também partilhada) – a análise é a seguinte:

CP415-5 Depois, foi na guerra, quando tive de penetrar no mato e andar pelas bolanhas da Guiné ou pelas savanas de Angola, quando descobri povoações isoladas, etc., que passei de facto a conhecer África.

...

=,
=ADVL:cu
==CJT:fcl
===ADVL:adv('quando' <rel> <ks>) quando
===PAUX:vp ====AUX:v-fin('ter' PS 1S IND) tive ====PRT-AUX<:prp('de') de ===AUX<:cu ====CJT:icl =====PMV:v-inf('penetrar') penetrar =====ADVL:pp ======H:prp('em' <sam->) em ======P<:np =======>N:art('o' <-sam> <artd> M S) o =======H:n('mato' M S) mato ====CO:conj-c('e' <co-inf>) e ====CJT:icl =====PMV:v-inf('andar') andar =====ADVL:cu ======CJT:pp =======H:prp('por' <sam->) por =======P<:np ========>N:art('o' <-sam> <artd> F P) as ========H:n('bolanha' F P) bolanhas ...

No caso da partícula de ligação se encontrar dentro da coordenação, a análise é a seguinte:

CP651-2 Enquanto isso, os universitários do Norte têm estado a reunir-se e a estudar cada um dos princípios apresentados pelo titular da pasta da Educação.

...
=SUBJ:np
==>N:art('o' <artd> M P) os
==H:n('universitário' M P) universitários
==N<:pp
===H:prp('de' <sam->) de
===P<:np
====>N:art('o' <-sam> <artd> M S) o
====H:prop('Norte' M S) Norte
=PAUX:vp ==AUX:v-fin('ter' PR 3P IND) têm ==AUX<: v-pcp('estar') estado =X:cu ==CJT:x ===MV:vp ====PRT-AUX<:prp('a') a
====MV:v-fin('reunir') reunir-
===ACC:pron-pers('se' <coll> M P) se
==CO:conj-c('e') e
==CJT:x
===MV:vp ====PRT-AUX<:prp('a') a ====MV:v-fin('estudar') estudar ===ACC:np ====H:pron-indp('cada_um' M S) cada_um ====N<:pp =====H:prp('de' <sam->) de =====P<:np ======>N:art('o' <-sam> <artd> M P) os ======H:n('princípio' M P) princípios

11.2. Coordenação de constituintes com funções diferentes

Nem sempre a coordenação ocorre entre constituintes com a mesma função. Recorrendo à representação de coordenação, cada um dos elementos coordenados receberia a etiqueta CJT (parte coordenada) e a função de cada uma dessas partes estaria concatenada na etiqueta de função do nó que representa a relação de coordenação. Com as partes coordenadas a divergirem a sua função, encontrar-se-ia dois problemas: não se teria apenas uma função na relação de coordenação, que teria assim de permanecer subespecificada, e perder-se-ia a função realmente desempenhada por cada uma das partes na oração:

Compare-se uma relação de coordenação em que a função das partes coordenadas é a mesma e outra em que não é:

CP147-3 A Croácia e a Eslovénia eram duas realidades geopolíticas suficientemente coesas;

A1
STA:fcl
=SUBJ:cu ==CJT:np ===>N:art('o' F S) A ===H:prop('Croácia' F S) Croácia ==CO:conj-c('e' <co-subj>) e ==CJT:np ===>N:art('o' F S) a ===H:prop('Eslovénia' F S) Eslovénia ...

CP120-2 Sem meia dúzia de jogadores (os emprestados pelo Benfica), o recém-promovido Alverca ganhou o seu primeiro ponto da época e logo fora de casa.

...
==P:v-fin('ganhar' PS 3S IND) ganhou
==X:cu
===CJT:np ====>N:art('o' M S) o ====>N:pron-det('seu' <poss 3S> <si> M S) seu ====>N:adj('primeiro' <NUM-ord> M S) primeiro ====H:n('ponto' M S) ponto ====N<:pp =====H:prp(‘de’ <sam->) de =====P<:np ======>N:art(‘o’ <-sam> <artd> F S) a ======H:n(‘éopca’ F S) época ===CO:conj-c('e') e ===CJT:pp ====>P:adv('logo') logo ====H:prp('fora_de') fora_de ====P<:n('casa' F S) casa =.

Como se vê no segundo exemplo, a informação correspondente às funções de objecto directo de o seu primeiro ponto da época e de adjunto adverbial logo fora de casa perdem-se quando se representa a relação de coordenação, ao contrário do primeiro caso em que as partes coordenadas têm a ambas a mesma função de sujeito.

De forma a preservar as funções das partes coordenadas, quando elas são diferentes, optou-se por adicionar a CJT, através de “&”, a informação da sua função:

...
==SUBJ:np
===>N:art('o' M S) o
===>N:v-pcp('recém-promovido' M S) recém-promovido
===H:prop('Alverca' M S) Alverca
==P:v-fin('ganhar' PS 3S IND) ganhou
==X:cu
===CJT&ACC:np ====>N:art('o' M S) o ====>N:pron-det('seu' <poss 3S> <si> M S) seu ====>N:adj('primeiro' <NUM-ord> M S) primeiro ====H:n('ponto' M S) ponto ====N<:pp =====H:prp('de' <sam->) de =====P<:np ======>N:art('o' <-sam> F S) a ======H:n('época' F S) época ===CO:conj-c('e') e ===CJT&ADVL:pp ====>P:adv('logo') logo ====H:prp('fora_de') fora_de ====P<:n('casa' F S) casa .

Ainda outro exemplo:

CP484-5 O que realmente impressiona é que ninguém pareça inclinado a defender -- por simples analogia -- que uma abstenção em massa no referendo das regiões porá também em causa, e de modo irremediável, o processo de regionalização.


======SUBJ:np
=======>N:art('um' <arti> F S) uma
=======H:n('abstenção' F S) abstenção
=======N<:pp('em_massa') em_massa
=======N<:pp
========H:prp('em' <sam->) em
========P<:np
=========>N:art('o' <-sam> <artd> M S) o
=========H:n('referendo' M S) referendo
=========N<:pp
==========H:prp('de' <sam->) de
==========P<:np
===========>N:art('o' <-sam> <artd> F P) as
===========H:n('região' F P) regiões
======P:v-fin('pôr' FUT 3S IND) porá
======ADVL:adv('também') também
======X:cu
=======CJT&OC:pp('em_causa') em_causa =======, =======CO:conj-c('e') e =======CJT&ADVL:pp ========H:prp('de') de ========P<:np =========H:n('modo' M S) modo =========N<:adj('irremediável' M S) irremediável =======, ======ACC:np =======>N:art('o' <artd> M S) o =======H:n('processo' M S) processo =======N<:pp ========H:prp('de') de ========P<:n('regionalização' F S) regionalização =.

11.3. Coordenação de constituintes, um dos quais elíptico

Este caso abrange situações como a seguinte:

CF363-2 «Também não nos interessa se o jogador estava internado ou não .

O segundo termo coordenado exibe uma elipse (não (estava internado)). O não é adjunto (ADVL) de um predicado (P) elíptico, e por isso o segundo elemento da coordenação recebe a etiqueta <Es>, que marca a existência de elipse a nível de oração (ver secção 16 para a marcação de elipse):

CF363-2 «Também não nos interessa se o jogador estava internado ou não .

...
=SUBJ:np
==>N:art('o' <artd> M S) o
==H:n(' jogador' M S) jogador
=P:cu
==CJT:icl
===P:vp
====MV:v-fin(' estar' IMPF 3S IND) estava
===SC:v-pcp(' internar' M S) internado
==CO:conj-c(' ou') ou
==CJT:icl(<Es>)
===ADVL:adv(' não') não
.

11.4. Conjunções coordenativas e advérbios com comportamento semelhante

Se presentes na relação de coordenação, as conjunções ou advérbios têm CO por função. A forma varia consoante os casos; será conj-c para e, ou, mas, todavia e adv (incluindo a informação secundária <kc>) para mais, e locuções coordenativas não só....como, etc. , como os ilustram os seguintes exemplos:

Conjunções coordenativas

CF390-1 As rodas de liga de alumínio ou magnésio têm manutenção menos frequente.

A1
STA:fcl
=SUBJ:np
==>N:art('o' <artd> F P) As
==H:n('roda' F P) rodas
==N<:pp
===H:prp('de') de
===P<:np
====H:n('liga' F S) liga
====N<:pp
=====H:prp('de') de
=====P<:cu
======CJT:n('alumínio' M S) alumínio
======CO:conj-c('ou' <co-prparg>) ou ======CJT:n('magnésio' M S) magnésio =P:v-fin('ter' PR 3P IND) têm =ACC:np ==H:n('manutenção' F S) manutenção ==N<:adjp ===>A:adv('menos') menos ===H:adj('frequente' F S) frequente =.

Advérbios e locuções coordenativos

CP239-2 Um investimento de 27 milhões de contos (mais seis milhões para aquisição de uma colecção própria) suportado por as arcas bascas..., é sinónimo do interesse que o governo de Euskadi, ..., atribui ao evento.

A1
STA:fcl
=SUBJ:np
==>N:art('um' <arti> M S) Um
==H:n('investimento' M S) investimento
==N<:cu
===CJT:pp
====H:prp('de') de
====P<:np
=====>N:num('27' <card> M P) 27
=====H:n('milhão' M P) milhões
=====N<:pp
======H:prp('de') de
======P<:n('conto' M P) contos
===(
===CO:adv('mais' <kc>) mais ===CJT:np ====>N:num('seis' <card> M P) seis ====H:n('milhão' M P) milhões ====N<:pp =====H:prp('para') para =====P<:np ======H:n('aquisição' F S) aquisição ======N<:pp =======H:prp('de') de =======P<:np ========>N:art('um' <arti> F S) uma ========H:n('colecção' F S) colecção ========N<:adj('próprio' F S) própria ===)

CP25-5 Facto que, ao longo do tempo, foi repetidamente denunciado, tanto pelos partidos da oposição (onde se destacaram o PCP e o PS), como pelo Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações nomeado pela AR.

...
=PASS:cu
==CO:adv('tanto' <kc>) tanto
==CJT:pp
===H:prp('por' <sam->) por
===P<:np
====>N:art('o' <-sam> M P) os
====H:n('partido' M P) partidos
====N<:pp
=====H:prp('de' <sam->) de
=====P<:np
======>N:art('o' <-sam> F S) a
======H:n('oposição' F S) oposição
...
==CO:adv('como' <kc> <co-pass>) como ==CJT:pp ===H:prp('por' <sam->) por ===P<:np ====>N:art('o' <-sam> M S) o ====H:prop('Conselho_de_Fiscalização_dos_Serviços_de_Informações' M S) Conselho_de_Fiscalização_dos_Serviços_de_Informações

O nó correspondente a CO inclui ainda a informação secundária sobre a função dos elementos coordenados (<co-FUNÇÃO>). Assim, esta informação secundária só pode ser usada quando a coordenação ocorre entre constituintes com a mesma função.

11.5. Conjunção coordenativa em início de frase

Apesar de a presença de uma conjunção coordenativa implicar duas orações coordenadas, existem casos em que a conjunção coordenativa ocorre em início de frase. Porque o Bosque não representa constituintes vazios ou inexistentes, ainda que subentendidos, a representação destes casos é tão só a indicação da forma e função da conjunção, que é sempre CO:conj-c. Além disso, o que segue a conjunção não é considerado um elemento coordenado, ou seja, não é CJT, mas é-lhe atribuída a função que desempenha na oração.

Exemplos de ocorrência de conjunção coordenativa em início de frase:

CF75-2 Mas, mesmo que quisessem não conseguiriam fazer nada «menor».

A1
STA:fcl
=CO:conj-c('mas') Mas =, =ADVL:fcl ==SUB:conj-s('mesmo_que') mesmo_que ==P:v-fin('querer' IMPF 3P SUBJ) quisessem =ADVL:adv('não') não =P:v-fin('conseguir' COND 3P) conseguiriam =ACC:icl ==P:v-inf('fazer') fazer ==ACC:np ===H:pron-indp('nada' <quant> M S) nada ===« ===N<:adj('pequeno' <KOMP> M S) menor ===» =.

CF146-3 Infante -- E pagaram as passagens.

A1
UTT:sq
=UTT:prop('Infante' M S) Infante
=--
=STA:fcl
==CO:conj-c('e') E ==P:v-fin('pagar' PS/MQP 3P IND) pagaram ==ACC:np ===>N:art('o' <artd> F P) as ===H:n('passagem' F P) passagens ==.

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